A aquisição das mudas é uma importante etapa na implantação dos sistemas agroflorestais e silvipastoris. As plantas precisam estar saudáveis e no tamanho ideal para garantir um bom crescimento e resultado do plantio, levando em conta os diferentes objetivos de cada produtor rural e atividade produtiva desenvolvida na propriedade.
Neste ano o projeto Conexão Mata Atlântica prestou uma importante assistência técnica aos produtores rurais que desejavam identificar e adquirir boas mudas, nativas ou econômicas (cujo objetivo é a produção e geração de renda) para implementar os sistemas incentivados com recursos do PSA Apoio Financeiro, concedidos por meio do segundo edital (Edital 06/2019).
Os técnicos do projeto realizaram contatos e visitas para organizar um levantamento de produção, preços e qualidade de mudas em viveiros próximos às regiões de intervenção, para atendimento às demandas dos produtores incentivados. Ao todo, mais de 10 mil mudas de diferentes espécies nativas foram adquiridas de forma coletiva pelos produtores e estão sendo inseridas nos sistemas agrossilvipastoris, que integram árvores à lavoura, horta ou pastagem.
A ação permitiu a redução dos custos com o transporte das plantas, além de garantir a variedade e boa qualidade das mudas. Os produtores de Varre-Sai e Porciúncula, uma das áreas de atuação do projeto, adquiriram cerca de 5 mil mudas mudas de diversas espécies nativas, entre elas ipê (de diferentes tipos), juçara, vinhático, bandarra (também conhecido como guapuruvu), ingá, pitanga, araçá, entre outras, para implementação de sistemas agrosilvipastoris.
Em Italva e Cambuci, somente na primeira leva, foram adquiridas mais de 3 mil mudas de diferentes espécies nativas arbóreas e frutíferas como jenipapo, jacarandá, ingá, sibipiruna, cambucá, vinhático, cerejeira, caju e cajá mirim. Outras frutíferas econômicas, como abacate e graviola, também foram bastante requisitadas pelos produtores, diversificando os sistemas com a oportunidade de complementação da renda quando as espécies começarem a produzir.
Em outra ação de assistência para aquisição de mudas com objetivos econômicos o projeto contou com a parceria da Emater-Rio em Valença. Com o trabalho conjunto das equipes técnicas foi identificada uma grande demanda para a fruticultura voltada para sistemas agroflorestais incentivados pelo projeto, que resultou na compra de mais de 1,6 mil mudas de banana.
Segundo o coordenador executivo, Gilberto Pereira, a ação, além de fortalecer o mercado da fruticultura da região, também possibilita a obtenção e utilização de insumos de alta produtividade e livres de doenças. “A utilização de bons materiais vegetativos permite o aprimoramento dessas culturas, a não disseminação de patógenos prejudiciais e a consequente melhoria dos potenciais de produção e geração de renda”, explica.
A previsão é que novas remessas de mudas sejam adquiridas em conjunto pelos produtores contemplados pelo projeto para plantio no próximo período de chuvas. Além das mudas, também foram adquiridas cerca de 30 toneladas de calcário, insumo para correção de acidez do solo.
Doação de mudas Além da prestação de assistência para as compras coletivas, as equipes do projeto Conexão continuam facilitando a implementação das ações por parte de proprietários com a doação de mudas de espécies nativas da mata atlântica.
Desde o início do projeto já foram doadas mais de 15 mil mudas de diversas espécies nativas, produzidas e cedidas pela CEDAE. Somente entre dezembro de 2020 e fevereiro deste ano foram mais de 5 mil mudas cedidas e distribuídas nas áreas de atuação do projeto.
O convênio entre a Cedae e o projeto Conexão Mata Atlântica prevê a doação de até 250 mil mudas (o equivalente a cerca de 150 hectares reflorestados) ao longo da execução do projeto, que tem previsão de conclusão em 2023.
Além da Cedae, o Conexão Mata Atlântica conta com o apoio dos Hortos Florestais Estaduais do Inea para o fornecimento de mudas que dão suporte às ações do projeto.
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