Ações no estado do Rio mobilizam agricultores, técnicos e parceiros
Atualizado: 8 de jun. de 2018
Em pouco mais de um ano de trabalho, o projeto Conexão Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro já impactou diretamente, por meio de ações de divulgação e capacitação, mais de 900 pessoas nas regiões das bacias hidrográficas do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana (RH IX) e Médio Paraíba do Sul (RH III), áreas de atuação da iniciativa.
Além de agricultores, principal público projeto, as ações têm mobilizado e orientado os parceiros estratégicos locais, gestores dos comitês das microbacias, órgãos municipais e estaduais, prefeituras, instituições de ensino, cooperativas, sindicatos, entre outros.
Desde o início das ações em campo, já foram realizadas mais de 15 reuniões de apresentação dos benefícios e diretrizes do projeto para parceiros locais, gestores dos Comitês das Microbacias (Cogem) e associações, além de quatro capacitações técnicas.
O projeto também participou de importantes eventos locais relacionados às propostas da iniciativa, como o Merco Noroeste, em setembro de 2017, e do simpósio para construção do IV Encontro Estadual de Agroecologia do Rio de Janeiro, realizado em outubro do ano passado.
Como parte da rotina diária dos técnicos do projeto, são realizadas constantes visitações às propriedades para assistência aos produtores rurais sobre a documentação exigida e elaboração de projeto técnico. Foram contabilizadas mais de 200 visitas.
Eventos de lançamentos
Entre as principais ações desenvolvidas nos últimos meses, destacam-se os eventos de lançamento do primeiro edital de seleção pública. Na região Noroeste do estado, o evento foi realizado no dia 27 de abril no município de Varre-Sai e contou com a presença de mais de 150 pessoas. Participaram da cerimônia do representante da Secretaria de Estado do Ambiente, Luís Antônio Corrêa; o Vice Prefeito de Varre-Sai, João Said; o Supervisor Regional Noroeste da Emater-Rio, José Antonio Lopes Zampier; e Matheus Vilela, gestor de compras da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec).
Na região do Médio Paraíba, o evento de lançamento do edital aconteceu no dia 2 de maio, no centro de eventos da Fundação Educacional Dom André Arcoverde (FAA), no município de Valença. Mais de 150 pessoas estiveram presentes, entre proprietários rurais interessados em participar do projeto e parceiros estratégicos locais. A cerimônia de lançamento contou com a participação da secretária municipal de Educação, Cida Almeida e do professor e coordenador de Projetos da Área de Extensão universitária da FAA, Cyro Guimarães.
Capacitações
O projeto já promoveu quatro capacitações direcionadas aos técnicos com atuação em propriedades rurais locais. Cerca de 40 profissionais, entre técnicos da Emater-RJ nas regiões Sul e Noroeste, técnicos extensionistas parceiros e equipe do próprio projeto Conexão, participaram das ações realizadas em outubro e novembro de 2017, no Centro de Treinamentos da Emater (Centerj), no município de Italva, onde funciona o escritório local do projeto Conexão Mata Atlântica.
Os cursos abordaram temas importantes para a execução do projeto, como “Noções de Cartografia e Geoprocessamento”, sobre ferramentas de mapeamento e planejamento espacial, o “Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Sistema Estadual de Monitoramento de Áreas de Restauração (Semar)”, sobre as diretrizes das normas, além de terem sido aplicadas capacitações para “Conservação da do solo e da água” e “Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas”.
Desde então, o projeto tem dado continuidade às ações de fortalecimento de atores e parceiros com a proposta de difundir e incentivar a adoção das práticas previstas para pagamento por serviços ambientais.
Restauração florestal
O Conexão Mata Atlântica também tem realizado campanhas de doação de mudas nativas para a viabilização dos sistemas. As mudas, de diferentes espécies nativas e com alta qualidade fitossanitária, têm sido disponibilizadas pela Companhia de Água e Esgoto do Estado (Cedae) e pelo próprio Instituto Estadual do Ambiente (Inea), ambos grandes produtores públicos de mudas.
As ações de restauração estão em andamento e resultaram, até o momento, no plantio de mais de 460 mil mudas, por meio de medidas compensatórias de restauração florestal, a partir da atuação do projeto Água do Rio das Flores, uma iniciativa do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), em parceria com a Fundação Educacional Dom André Arcoverde (FAA).
Muitos proprietários rurais têm realizado, de forma espontânea ou por incentivo dos parceiros, o plantio das mudas. Diversos agricultores já tiveram acesso aos insumos, assim como ao apoio técnico florestal da equipe oferecido pelo projeto. No Noroeste do estado, por exemplo, o proprietário rural Wilson Ricardo tem realizado, por conta própria, uma significativa ação de recuperação de mata ciliar em trecho de mais de três quilômetros às margens do Rio Muriaé (imagem).
Com as mudas cedidas pelo projeto e com o apoio dos diferentes parceiros institucionais, também estão sendo montadas unidades demonstrativas de sistemas silvipastoris e agroflorestais para funcionarem como centros de capacitação e trocas de experiências de temas afins do projeto.
Primeira unidade demonstrativa
Em dezembro de 2017, o projeto implementou a primeira unidade demonstrativa de conversão de pastagem degradada em sistema silvipastoril. A área, localizada no Centro de Treinamento da Emater Rio, em Italva, servirá de modelo para os proprietários rurais observarem os benefícios da prática para o aumento da produção e menor impacto ambiental. Este mês será iniciada a implementação da unidade demonstrativa do Médio Paraíba, no município de Valença, em parceria com a Embrapa Solos e a Fundação André Arcoverde (FAA). A unidade será montada dentro do Hospital Veterinário (HVE), onde também funciona o escritório local do projeto.
Incentivados pelo projeto, alguns agricultores já planejam a implantação de sistemas agroflorestais e de recuperação de nascentes. “O projeto está avançando em suas atividades e espera um real efeito na promoção da sustentabilidade do meio rural em suas áreas de atuação. Os próximos passos serão dar continuidade ao apoio dos projetos e a intensificação dos processos de difusão e capacitação”, afirma Gilberto Pereira, coordenador executivo do projeto Conexão Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro.
No município de Valença, na região do Médio Paraíba, as ações estão voltadas para o planejamento das atividades necessárias para a melhoria da diversidade florestal das áreas já protegidas pelos agricultores com incentivos do programa Rio Rural, assim como a implantação de novos sistemas florestais produtivos em propriedade do assentamento Mutirão da Conquista, sob administração do Iterj, beneficiando, inicialmente, cerca de dez assentados.
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