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Foto do escritorConexão Mata Atlântica RJ

Conexão Mata Atlântica celebra a assinatura do primeiro contrato no Rio

Atualizado: 7 de nov. de 2018

No dia 24 de outubro, o Conexão Mata Atlântica comemorou um momento importante para o projeto no Rio de Janeiro. O dia foi marcado pela assinatura do primeiro contrato de PSA do primeiro edital de seleção pública do projeto no estado. A formalização da assinatura do contrato do produtor rural José de Almeida, de 76 anos, primeiro colocado no ranking de hierarquização, aconteceu no auditório do Mercado do Produtor, em Varre-Sai, durante a missão de avaliação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), agência implementadora da iniciativa financiada pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). O encontro contou ainda com a presença dos coordenadores, da equipe executiva e parceiros locais do projeto.


O momento representa uma nova etapa do projeto no estado, que após a conclusão do processo seletivo que habilitou 165 propostas, começar a formalizar os acordos com os proprietários, realizar as visitas de planejamento e orientações técnicas, assim como dar suporte para execução das ações de conservação, restauração e conversão produtiva por parte dos beneficiários. Segundo o coordenador executivo Gilberto Pereira, “foi muito gratificante e emocionante para todos os envolvidos com o projeto presenciar esse momento simbólico da assinatura do primeiro contrato durante a missão do BID”.


De acordo com os critérios de priorização das áreas, José foi o primeiro colocado no ranking de hierarquização no primeiro edital de seleção pública do projeto no estado. O Sítio Xodó, nome de sua propriedade, está localizado no município de Varre-Sai, dentro dos limites da microbacia Varre-Sai, uma das áreas de atuação do projeto. O produtor será recompensado por preservar mais de 10 hectares de mata atlântica por meio de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), além de restaurar uma área de cerca de um hectare e implementar práticas de conversão produtiva.


O reconhecimento pelas ações de conservação realizadas pelo produtor valoriza o papel do homem do campo como guardião dos recursos naturais e comprova o quanto o meio ambiente pode ser um forte aliado da produtividade. “Esse resultado é fruto de um longo trabalho e marca o começo de uma nova etapa. Estou andando e pisando nas nuvens de tanta alegria pelo resultado do projeto Conexão Mata Atlântica”, celebra o produtor.


Diversificação dos negócios


A história do produtor José de Almeida representa uma mudança cultural necessária para a sustentabilidade da área rural. José chegou em 1978 na propriedade, que por muitos anos teve o café como a principal atividade econômica. No entanto, há alguns anos José e as filhas vêm investindo na diversificação dos negócios. Além da apicultura, que rende cerca de 300 kg de mel por ano, a família se uniu para produzir algumas delícias da roça como a carne de lata, costela ao molho de goiaba, pães, bolos, vinho, compotas, entre outros produtos artesanais preparados com matéria prima do próprio sítio ou de fornecedores da região.


Os recursos do Salto Tecnológico, diretriz do projeto que destina os investimentos para a melhoria da produção, serão destinados na aquisição de materiais para a construção de um galpão com sala de fermentação e alambique para a produção de vinho e cachaça artesanais. “A ideia é manter uma produção artesanal em pequena quantidade, mas com qualidade”, afirma Márcia, filha mais velha que voltou a morar no sítio para tocar parte dos negócios.


Amor pela natureza

José conta que antes de ter consciência da importância de preservar a floreta, chegou a trabalhar para o mercado madeireiro. “Não me orgulho disso, mas já derrubei muitas árvores. Lembro o quanto essa região era rica. Depois senti que preservar era muito importante. Era um sonho ter uma floresta fechada e realizei com a RPPN”.


Hoje José observa a floresta protegida com orgulho e a dedica às futuras gerações. Segundo José, a região sofreu muito em 2015 com a crise hídrica que secou as nascentes. Em uma área de 29 hectares, a propriedade possui oito nascentes, sendo três delas protegidas. “Quando pensei em preservar, não pensei em mim. Pensei em todos e que um dia poderia faltar. É da floresta que vem a água que bebemos e o ar que respiramos”.


O processo de assinatura dos contratos dos produtores rurais habilitados no edital está em ritmo acelerado. "Estamos quase concluindo essa etapa", afirma o coordenador executivo, Gilberto Pereira.

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