Apesar dos grandes desafios enfrentados em 2020, o projeto Conexão Mata Atlântica cumpriu o cronograma de ações no estado do Rio de Janeiro previsto para este ano e celebra o desembolso de mais uma remessa de pagamentos por serviços ambientais (PSA). Estão sendo pagos mais de R$ 1,4 milhão a 83 produtores rurais que desenvolvem ações ambientais em áreas prioritárias para manutenção de serviços ecossistêmicos no estado. O recurso é referente à parcela do PSA na modalidade Apoio Financeiro do segundo edital (06/2019), para incentivo à implementação de práticas de conversão produtiva.
Com mais este desembolso, o projeto soma mais de R$ 2,4 milhões em pagamentos por serviços ambientais somente este ano, beneficiando 285 produtores rurais das áreas de atuação do projeto nos municípios de Italva, Cambuci, Porciúncula, Varre-Sai, Valença e Barra do Piraí. Desde 2017, início das atividades do projeto no estado, já foram destinados mais de R$ 3,4 milhões a produtores rurais prestadores de serviços ambientais, totalizando 2.807 hectares de áreas a serem manejadas com ações ambientais.
Atualmente, o Conexão Mata Atlântica, que é executado pelas Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEAS), por meio do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento (SEAPPA), por meio da Emater-Rio, é a maior iniciativa de PSA – em área manejada, recursos e beneficiários – no estado do Rio.
As restrições para os atendimentos nos escritórios e visitas às propriedades dificultaram um pouco as atividades desenvolvidas pelos técnicos locais. No entanto, os recursos estão sendo liberados e os beneficiários estão cumprindo as atividades propostas dentro do prazo previsto.
Produtores não pararam O produtor Jefferson Villela, do Sítio do Quinto D'água, de Italva, foi contemplado no segundo edital (06/2019) e assim que recebeu o recurso de PSA Apoio Financeiro, em novembro, já começou a implementação de cerca de 2 hectares de sistema silvipastoril, que integra árvores nativas à pastagem. Em um mês, ele concluiu a análise de solo e deu início à recuperação do pasto em curvas de nível com aração por carro de boi.
Outra produtora selecionada no segundo edital, Alessandra Aparecida Terra, do Sítio Pedra Mimosa, em Varre-Sai, também já recebeu o recurso e deu início às etapas de implementação de cerca de 3 hectares de dois sistemas produtivos mais sustentáveis: o silvipastoril e o agroflorestal, em um consórcio de espécies nativas com café. “Já fizemos a análise de solo, estamos fazendo o controle das formigas e marcando onde vamos plantar as árvores em linhas. Em breve já vamos começar a plantar”, diz animada.
Segundo Alessandra, a pandemia impediu um contato mais próximo com os técnicos que sempre estiveram presentes nas propriedades, mas não prejudicou o andamento das atividades. “A diferença é que trocamos muitas mensagens para tirar as dúvidas. Foi mais difícil, mas os meninos são muito atenciosos e não foi um problema”.
Álvaro Pereira, do Sítio Bocaina das Flores, em Valença, também concluiu a execução do projeto de Salto Tecnológico referente à ao PSA anual do primeiro edital (02/2018). O produtor investiu na reforma do curral (foto abaixo) para melhorar o manejo do gado. Ele foi beneficiado pela conservação de mais de 21 hectares de floresta nativa e pela restauração de mais de 3 hectares.
Parceria de sucesso
Os produtores são os principais parceiros do projeto e eles demonstraram que estão muito comprometidos com as atividades. "A dedicação dos excelentes técnicos do projeto e dos parceiros locais que são diversos (Emater-Rio, FAA, associações de produtores, associações de moradores, instituições governamentais, não governamentais e da sociedade civil), que tiveram que se adaptar à nova e temporária realidade, também foi determinante para os resultados alcançados este ano", celebra o coordenador executivo do projeto, Gilberto Pereira.
Para a coordenadora geral do projeto no estado do Rio, Marie Ikemoto, apesar do contexto da pandemia, este é um ano para celebrarmos. “Realizamos todas as medidas de prevenção do novo coronavírus e, mesmo com os desafios e dificuldades, tanto nós quanto os beneficiários, conseguimos cumprir e superar as metas estabelecidas para o projeto este ano. Nos consolidamos como a iniciativa com o maior volume de áreas manejadas e de recursos destinados ao mecanismo de PSA no estado. Obrigada a todos os beneficiários, técnicos e parceiros que contribuíram para esse resultado”.
O presidente da Emater-Rio, Marcelo Costa, destacou a importância da assistência técnica rural e dos incentivos financeiros disponibilizados pelo Conexão Mata Atlântica para o progresso dos negócios rurais e o bem-estar dos agricultores. “Com o apoio dos nossos escritórios regionais e locais, o projeto tem estimulado a adoção de diferentes práticas ambientais e produtivas, viabilizando investimentos inovadores nas propriedades. Os resultados demonstram a importância da continuidade de ações que fortaleçam o desenvolvimento rural sustentável do estado do Rio”.
O projeto segue tomando todos os cuidados necessários para garantir o atendimento aos produtores rurais com segurança, cumprindo o cronograma de atividades e desembolsos de PSA previstos. Contamos com a contribuição dos produtores rurais e parceiros para a execução das ações em 2021.
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