O projeto Conexão Mata Atlântica realiza a segunda edição da “Campanha de Fortalecimento do meio Rural” para doação de mudas nativas da Mata Atlântica, além de espécies madeireiras e frutíferas para apoio e aceleração de ações de restauração florestal e implementação de práticas de conversão produtiva nas áreas de intervenção do projeto no estado do Rio de Janeiro.
Ao longo do ano, foram doadas mais de 5 mil mudas aos produtores rurais e parceiros do projeto no estado. Segundo Gilberto Pereira, até o fim do período de chuvas, previsto para março, serão doadas mais 5 mil mudas. “Realizamos a primeira campanha ano passado e esse ano vários proprietários rurais já vieram nos procurar para solicitar mais mudas. Essa procura é um reconhecimento da importância da campanha, que incentiva a implementação de práticas produtivas mais sustentáveis”.
A campanha fortalece as ações de conservação e restauração incentivadas pelo projeto, além de estreitar relações com parceiros locais e prefeituras, que têm dado apoio incondicional para que as ações do Conexão sejam realizadas. “Em Italva, por exemplo, vamos apoiar, com o fornecimento de cerca de 2 mil mudas, a reativação do horto municipal para ações de doação de mudas e de educação ambiental do município”.
Alguns beneficiários do projeto Conexão Mata Atlântica já receberam mudas para iniciar o plantio e contam com a assistência técnica do projeto para a implementação de sistemas agroflorestais e silvipastoris. Segundo Gilberto, cada sistema utiliza uma técnica de plantio diferente, mas o conceito é muito parecido em ambos os casos. "Os plantios devem ser realizados em curvas de nível, consorciando espécies produtivas com as nativas florestais. Uma com função produtiva e as outras para sombreamento, adubação, proteção do solo e apoio a biodiversidade".
Ações em prática
Com as mudas recebidas, a produtora rural Márcia Floriano (foto abaixo), de Valença, vai implementar linhas florestais com açaí e outras espécies nativas e frutíferas, que além de complementar a renda, terá a função de quebra-vento para proteger a plantação de pimenta. A mudas também vão ajudar a reduzir os custos do produtor de leite, Carlos Luciano (foto abaixo), também de Valença, na implementação de uma hortofloresta, na qual as principais culturas serão o café e as frutas cítricas e nativas.
Com apoio do projeto, o produtor rural Fábio José Alves (na foto abaixo com seus dois filhos) e a esposa Graciela, estão estruturando um Sistema Agroflorestal consorciado com o cultivo de café na microbacia Ouro, no município de Porciúncula. O café é a principal fonte de renda da família, que também produz banana e possui pequena atividade na pecuária e na psicultura.
O senhor Sebastião Magrão (foto abaixo, à direita), também produtor rural da microbacia Ouro, iniciou as ações de restauração florestal em sua propriedade após o diagnóstico de pneumonia do filho e ouvir do médico que o planeta precisava de mais florestas. A doença do filho foi decisiva para a mudança de pensamento do produtor rural em relação a conservação ambiental.
Com as mudas doadas pelo Conexão e o suporte da equipe técnica, Sebastião, que é cafeicutor e também trabalha com a pecuária, pretende continuar as ações de reflorestamento em uma área de pastagem atualmente degradada.
As mudas doadas pelo projeto são produzidas e fornecidas pela Cedae e os Hortos Florestais do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), parceiros do projeto. Os produtores rurais beneficiados pelo projeto Conexão Mata Atlântica interessados em receber mudas para a implementação das ações de restauração florestal ou dos sistemas silviopastoris e agroflorestais podem consultar a disponibilidade com os técnicos do projeto nas Unidades Executoras Locais, que estarão disponíveis para prestar a assistência necessária.
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