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Foto do escritorConexão Mata Atlântica RJ

Conexão Mata Atlântica participa da 8ª TecLeite em Valença


A equipe técnica do projeto Conexão Mata Atlântica marcou presença na 8ª TecLeite, realizada no dia 19 de setembro pela Embrapa Gado de Leite, em parceria com a Emater-Rio, no Campo Experimental Santa Mônica (Embrapa), em Barão de Juparanã, município de Valença. Boas práticas de conservação do solo, como o Sistema Silvipastoril, bem-estar animal, técnicas de silagem e diagnóstico da tripanossomose, foram alguns dos destaques do dia de campo, que apresentou soluções para a melhoria da produção de laticínios.


Participaram da atividade, o coordenador executivo do projeto Conexão no Rio de Janeiro, Gilberto Pereira, o supervisor, Antônio Cardoso, e os técnicos locais das áreas de atuação do projeto no estado: João Batista, Paulo Zacarias, Antônio Ednaldo Oliveira, Amanda Karoly e Gustavo Mahé. “É fundamental nos atualizarmos sobre as inovações, normas e demandas do segmento, que podem ser muito úteis na hora de orientarmos corretamente os produtores rurais na elaboração dos projetos para investimento dos recursos de PSA”, afirma o coordenador Gilberto Pereira.


Sistema Silvipastoril com eucalipto.

Sistemas integrados

A inserção de árvores na pastagem foi uma boa prática de conservação do solo apresentada no dia de campo pela Embrapa Solos. Foi possível conhecer de perto um Sistema Silvipastoril implementado dentro do campo experimental da Embrapa, no qual foram integradas à pastagem linhas simples de eucaliptos.


O solo tem funções importantes na melhoria da produção. As raízes das árvores contribuem para a adubação e fixação de nutrientes e nitrogênio no solo, melhorando a sustentabilidade do ecossistema presente no solo.

Também foram apresentados dados de pesquisa sobre a implementação de espécies madeireiras, como o eucalipto, integradas a outras espécies arbóreas nativas ou leguminosas, como as acácias. A diversificação de espécies proporciona maior infiltração do solo, melhorando a qualidade do pasto e a produtividade.


O espaçamento entre as árvores e as linhas deve ser suficiente para a entrada de luminosidade para as gramíneas e fornecer sombreamento adequado ao rebanho. O número de árvores também deve ser avaliado ao longo do tempo, considerando a possibilidade de manejo.


Bem-estar animal

A qualidade e produtividade do rebanho também dependem do tratamento dado ao rebanho no que diz respeito à saúde física e emocional do animal. Durante o dia de campo, foram apresentadas algumas boas práticas em prol do bem-estar animal, em especial do rebanho leiteiro.


Os princípios que orientam um rebanho manejado de forma adequada incluem: alimentação adequada (livre de sede, fome e má nutrição); ausência de dor, ferimentos e doenças; que os animais sejam livres para expressar seus comportamentos naturais; que não sejam submetidos ao medo e estresse; que vivam em ambiente saudável, sem desconforto térmico ou abrigo; e que tenham cuidados que garantam uma vida saudável.


Silagem

Em um dos painéis, foi apresentada técnica para calcular o teor de matéria seca do capiaçu, tipo de capim usado para produção de forrageira. Além de saber calcular o teor de matéria seca da planta a partir uma amostragem e uso de uma balança, copo com água e micro-ondas, os produtores aprenderam como preparar a silagem para os animais conferindo a altura ideal de corte, compactação e tamanho ideal de partícula (em torno de 1cm) e tempo de espera de poda, que deve ser entre 60 e 90 dias. Os procedimentos previnem a alta fermentação da silagem e perda da forrageira.


Tripanossomose bovina

A doença, também conhecida como tripanossomíase, é transmitida por moscas infectadas por parasitas ou pelo contato sanguíneo, muito comum pelo compartilhamento de agulhas e seringas durante a aplicação de ocitocina (hormônio neuropeptídio) no rebanho bovino.


A doença afeta, principalmente, animais com baixa imunidade, causando perda de peso, inflamação dos órgãos, diarreia, cegueira, problemas neurológicos, fraqueza, anemia brusca, podendo levar à morte. O diagnóstico deve ser feito por meio de exame de sangue do animal com pesquisa de parasita (esfregaço), no entanto só identifica na fase aguda; ou pelo exame PCR (que busca o DNA do protozoário).


A doença pode ser controlada e até mesmo curada a partir do aumento da imunidade do animal e do uso de medicamentos como o Vivedium (Ceva).


Médico veterinário e analista da Embrapa, Cláudio Antônio.

Controle de qualidade do leite

Também foram apresentadas orientações sobre as Instruções Normativas nº 76 e 77, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), de define padrões para a qualidade do leite no que diz respeito à contagem de microrganismos (bactérias, leveduras e fungos filamentosos), que entra em vigor a partir de outubro, além de plano de qualificação de profissionais da cadeia produtiva do leite.


Segundo a norma, que visa aumentar a segurança alimentar do produto, o leite cru refrigerado deve apresentar contagem bacteriana máxima de 300 mil unidades por ml e 500 mil células somáticas por ml. “A principal forma de contaminação é a falta de higiene. A limpeza das mãos, animais e do ambiente, dos equipamentos de ordenha e armazenamento, assim como o uso de água potável podem reduzir drasticamente a contagem bactericida”, afirma o médico veterinário e analista da Embrapa, Cláudio Antônio.


Outro ponto importante da IN, explicou o especialista, é a temperatura adequada para resfriamento do leite, que mudou de 5 graus para 4 graus em no máximo três horas após a ordenha. Também deve ser considerada a capacidade do tanque e o tempo de resfriamento que atenda ao volume da produção. Mais informações sobre as INs no site do MAPA.

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