O projeto Conexão Mata Atlântica, coordenado pelo INEA/SEAS em parceria com EMATER-RIO/SEAPPA, celebrou no último sábado, 18/12, a entrega de quase R$ 5 milhões em pagamentos por serviços ambientais (PSA), desde 2017, início do projeto. Somente em 2021, foram desembolsados mais de R$1,6 mi em PSA aos 272 produtores rurais beneficiados. O projeto abrange seis municípios do estado do Rio: Valença, Barra do Piraí, Italva, Cambuci, Varre-Sai e Porciúncula.
A entrega simbólica do recurso, que já foi destinado aos produtores rurais, foi realizada na sede do Parque Estadual da Serra da Concórdia (PESC), durante evento de celebração dos 19 anos da Unidade de Conservação, localizada no distrito de Juparanã, em Valença. O PESC conta com cerca de 6 mil hectares e oferece diversos atrativos para o lazer e ecoturismo na região, além de desenvolver diversas ações voltadas à preservação de importantes remanescentes da Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro.
O presidente do Instituto Estadual do Ambiente - Inea, Philipe Campello, destacou a importância de se quebrar a barreira entre meio ambiente e produção rural. “Não existe produção agrícola sem meio ambiente conservado. Estamos conseguindo promover essa ponte e o Conexão Mata Atlântica é resultado de sucesso dessa ação conjunta”, afirmou.
Campello também parabenizou a atuação dos agentes ambientais do Parque Estadual da Serra da Concórdia e aproveitou para fazer um convite aos visitantes e comunidade local: “Só podemos defender aquilo que a gente conhece. Os parques são lugares de transformação social. É muito importante que as pessoas venham e se divirtam com responsabilidade e nos ajudem a defender não só nossa unidade, mas nossas florestas, rios e a biodiversidade”.
O evento contou, ainda, com a presença do presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro - EMATER-RIO, Marcelo Costa, do secretário de meio ambiente de Barra do Piraí, Francisco Leite, do secretário de meio ambiente de Valença, Paulo Graça, do Diretor de Biodiversidade, Áreas Protegidas e Ecossistemas do INEA, João Eustáquio e do gerente da Unidade de Conservação (GEUC), Andrei Veiga.
Destaque em PSA
O Conexão Mata Atlântica é – atualmente – a iniciativa mais expressiva de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) do estado do Rio de Janeiro em extensão e recursos já investidos. São mais de 2.600 hectares em ações de conservação de florestas nativas, restauração ecológica e conversão de áreas produtivas em sistemas agrosilvipastoris estão sendo desenvolvidos pelos produtores rurais. A previsão é que até 2023, conclusão do projeto, sejam investidos o total de R$ 9 milhões em PSA.
Segundo Marie Ikemoto, Gerente de Gestão do Território e Informações Geoespaciais do INEA e coordenadora geral do projeto, apesar das dificuldades causadas pela pandemia do novo coronavírus o saldo de 2021 foi muito positivo. “Conseguimos cumprir o cronograma dentro do previsto graças à parceria com os produtores rurais, que continuaram empenhados em executar as ações. No próximo ano, o foco será no monitoramento das áreas e na capacitação em práticas que contribuam para a sustentabilidade das propriedades”, afirma.
Com financiamento do Fundo Global do Meio Ambiente (GEF), por meio do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), a iniciativa atua em áreas estratégicas para recuperação e manutenção da vegetação nativa e da biodiversidade na Bacia do Rio Paraíba do Sul, principal manancial de abastecimento público da região ao Sudeste do país.
A finalidade é contribuir para o aumento do estoque de carbono e a mitigação das mudanças climáticas por meio de ações de conservação florestal, restauração e apoio à implantação de sistemas silvipastoris e agroflorestais.
Ações do PESC Entre os destaques da atuação do PESC em 2021 estão as ações de prevenção e combate a incêndios florestais na região, que teve uma redução de mais de 60% em áreas atingidas por queimadas, se comparado ao ano anterior.
Neste ano, foram registradas apenas quatro ocorrências de queimadas, sendo uma na unidade e três nas proximidades do Parque – cerca de 85 hectares impactados. No ano passado, 20 áreas foram atingidas por queimadas (7 na unidade e 13 no entorno), num total de 237 hectares.
O chefe do Parque Estadual da Serra da Concórdia, Maurício Macedo, ressaltou, ainda, a ativação do viveiro de mudas, em parceria com empresa privada. “Produzimos uma média mensal de 1000 mudas, que são destinadas à doação e plantio no próprio parque. Somente este ano plantamos aproximadamente 800 mudas na unidade. A volta do público após o período crítico da pandemia foi uma grande alegria para nós. E no mês de aniversário do parque também estamos reabrindo a área de camping para os visitantes”, comemora.
As informações sobre agendamento para uso do camping serão comunicadas pelas redes sociais do PESC: @serra_da_concordia.
Fotos: Fabiano Veneza
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