Para celebrar o Dia da Mata Atlântica, comemorado dia 27 de maio, e lembrar a importância de se preservar a floresta, a biodiversidade e uma produção mais sustentável, o projeto Conexão Mata Atlântica promoveu uma série de atividades ao longo da semana em Valença e Varre-Sai, dias 23 e 25 respectivamente, alguns dos municípios onde o projeto atua no estado do Rio de Janeiro. As atividades, realizadas em parceria com escritórios locais da Emater-Rio, UNIFAA e as cooperativas de agricultores Cooperval e Coopercanol, aconteceram em propriedades reconhecidas pelo projeto como provedoras de serviços ambientais por adotarem ações de conservação, restauração e conversão produtiva de áreas.
Em Valença, a primeira visita aconteceu no Pesqueiro Areal, propriedade do Cyro Manoel, que há dois anos implantou um sistema agroflorestal com espécies nativas e econômicas, que agrega valor ambiental e renda ao negócio de turismo rural e apicultura da propriedade. Em seguida, cerca de 45 pessoas, entre produtores, parceiros e técnicos, seguiram para a Chácara Maria Rosa, recebidos pelo agricultor propriedade do Luciano, conhecido como Torradinha, onde foi possível ver de perto o consórcio de árvores nativa, bananas e cítrus, além de outras espécies frutíferas, diversificando a produção.
A atividade contou com a presença de diversos parceiros locais e do secretário Municipal de Ambiente de Valença, Guilherme Reis.
Café com árvores
Em Varre-Sai, mais de 50 pessoas participaram de visitas a duas propriedades com exemplos bem-sucedidos de investimentos e de introdução de árvores à lavoura de café. A primeira parada foi na propriedade da Leila Bendia, do Sítio Pedra Mimosa, que realizou diversas melhorias na cadeia produtiva do vinho de jabuticaba com os recursos do Pagamento por Serviços Ambientais. O grupo também visitou o Sítio Paraíso, do saudoso Jacomo Fabbri, hoje mantido pela Elenice e o seu genro Glaucio Possodeli, onde foi apresentado sistema de sombreamento parcial do cafezal e controle do microclima com árvores.
Os produtores também puderam aprender como realizar a poda e condução das espécies nativas dentro dos sistemas agroflorestais para controle da luminosidade de acordo com os diferentes objetivos econômicos. No caso da lavoura de café, por exemplo, o ideal é manter o tronco das árvores longilíneas, com as copas altas e não muito espalhadas, para que o cafezal receba a quantidade necessária de luz.
Durante a atividade também foi mostrado como realizar o micro terraceamento com mini trator das ruas de café, prática que contribui para a conservação do solo e água, aumentando a infiltração da água, além de facilitar o trabalho na lavoura. O prefeito de Varre-Sai, Silvestre José Gorini, o subsecretário de Ambiente de Varre-Sai Cremilson José de Souza Lino, a secretária de Turismo de Varre-Sai, Fatima Pimentel, e o vereador Professor Pará, prestigiaram a visita técnica.
Segundo o coordenador executivo do projeto, Gilberto Pereira além de um momento de integração e celebração do bioma, um dos mais diversos do planeta, os encontros foram uma importante oportunidade para os produtores, técnicos e parceiros conhecerem contextos diferentes de sistemas agroflorestais incentivados pelo projeto, além de difundir boas práticas. "Foi um encontro muito produtivo, de valorização do trabalho dos produtores que se esforçaram para executar as ações e um momento de celebrar esse grande dia da Mata Atlântica”.
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