Com base em uma ampla base de dados e estudos qualificados, a Secretaria do Estado do Ambiente (Sea) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), lançaram na última semana a publicação "Atlas dos Mananciais de Abastecimento Público do Estado do Rio de Janeiro: subsídios ao planejamento e ordenamento territorial". O documento, criado no âmbito do programa Pacto pelas Águas, expõe um panorama dos principais corpos hídricos responsáveis pelo abastecimento público do estado do Rio de Janeiro e traz informações para caracterização e análise dos 199 mananciais de abastecimento público responsáveis pelo atendimento de todos os municípios fluminenses.
O documento, criado no âmbito do programa Pacto pelas Águas, expõe um panorama dos principais corpos hídricos responsáveis pelo abastecimento público do estado do Rio de Janeiro e traz informações para caracterização e análise dos 199 mananciais de abastecimento público responsáveis pelo atendimento de todos os municípios fluminenses.
Segundo os estudos, desses 199 mananciais, 147 apresentaram maior favorabilidade para adoção de estratégias de proteção de recuperação de mananciais, correspondendo a 190 mil hectares de áreas de interesse para proteção e recuperação ambiental. Sobre reflorestamento, foram identificados cerca de 795 mil hectares com alta e muito alta prioridade para restauração florestal nas áreas desses mananciais.
Além disso, mais da metade das captações de água (56%) e cerca de 15,3% das áreas de mananciais do estado (cerca de 450 mil hectares) estão localizadas no interior de Unidades de Conservação. Este dado destaca e reforça a importância das áreas protegidas para a preservação de nossas fontes de água.
Segundo Paulo Schiavo, diretor de Biodiversidade, Áreas Protegidas e Ecossistemas do Inea, o Atlas vem atender a necessidade de disponibilizar informações, seja para conscientizar e engajar a sociedade ou para subsidiar o planejamento, a atuação e a resolução de problemas. “A proteção de mananciais é a abordagem mais adequada para garantir a prevenção, controle e mitigação das ameaças atuais e potenciais para disponibilidade da água, a qualidade de vida e o desenvolvimento futuro de nossas cidades”, ressalta.
A publicação, que também está disponível para download, conta com coordenação geral de Marie Ikemoto, coordenadora de Gestão do Território e Informações Geoespaciais – Inea, e coordenação executiva de Patrícia Napoleão, chefe do Serviço de Gestão Ecossistêmica (SEGECO/Inea).
Os resultados do Atlas já foram utilizados e aplicados na concepção de dois projetos de proteção de mananciais do Programa Pacto pelas Águas, o Projeto Águas de Barra Mansa e o Projeto Água do Rio das Flores. A partir dessas duas iniciativas, a SEA e o INEA vêm promovendo a restauração florestal de 644,8 hectares em nascentes, matas ciliares e áreas de recarga na bacia do rio das Flores e do rio Bananal, mananciais de abastecimento público dos municípios de Valença e Barra Mansa.
Os estudos também contribuíram para a definição de alguns dos critérios de seleção das áreas prioritárias de atuação do projeto Conexão Mata Atlântica no estado do Rio, além de orientar outras iniciativas de Pagamento por Serviço Ambiental (PSA) com foco na manutenção dos recursos hídricos para abastecimento público. “As informações sobre os pontos de captação – como nascentes, rios e açudes - e suas áreas drenantes compuseram, em grande parte, os indicadores que representaram os recursos hídricos das áreas prioritárias atendidas pelo projeto”, afirmou Marie Ikemoto, coordenadora do Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais e coordenadora geral do projeto Conexão Mata Atlântica no estado do Rio.
O lançamento foi realizado no dia 13 de dezembro, no Museu do Amanhã, centro do Rio. Na ocasião, também foi lançada a publicação "Infraestrutura Natural para Água no Sistema Guandu, Rio de Janeiro", desenvolvida a partir da parceria entre as organizações World Resources Institute (WRI), Fundação grupo Boticário, The Nature Conservancy (TNC) e Instituto Bioatlântica (Ibio), com apoio do The Natural Capital Project e Fundação FEMSA.
O documento apresenta estudo que evidencia como as ações de restauração florestal de pastagens degradadas contribuem para o aumento significativo da qualidade da água na bacia do Guandu. Como infraestrutura natural, a restauração tem se mostrado uma estratégia viável que potencializa a eficiência das estruturas convencionais, com resultados financeiros positivos e retornos de investimento combatíveis com o setor de saneamento.
Os estudos foram elaborados tendo como pano de fundo a crise hídrica de 2014, cenário que apontou como um dos principais problemas a baixa cobertura florestal nas áreas de mananciais, e em especial, nas áreas de nascentes, matas ciliares e entorno de reservatórios. Desde então, diversas iniciativas têm surgido para promover a conservação e o reflorestamento em áreas estratégicas.
Mais informações pelo portal Pacto pelas Águas.
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