Ao longo de 2019, o projeto Conexão Mata Atlântica no Rio de Janeiro deu maior destaque para as ações de capacitação dos produtores rurais e técnicos locais em boas práticas agropecuárias, em especial nos sistemas agroflorestal e silvipastoril. Foram realizadas diversas visitas técnicas, dias de campo e atividades para disseminar práticas e técnicas que promovam a sustentabilidade entre a área produtiva e o meio ambiente.
O projeto promoveu, no dia 17 de outubro, um rico intercâmbio entre produtores rurais de diferentes áreas de atuação. Um grupo de 15 produtores rurais de Valença e Barra do Piraí, no Sul fluminense, visitaram alguns exemplos de práticas bem sucedidas no município de Italva, no Noroeste do estado. Junto ao grupo da região Médio Paraíba do Sul também acompanharam as visitas beneficiários do projeto da região Noroeste, dos município de Varre-Sai e Porciúncula.
Os produtores tiveram a oportunidade de conhecer sobre os conceitos e vantagens das práticas de sistemas agroflorestais e silvipastoris, além de aprender algumas técnicas de manejo, como os preparos de solo em nível, plantios intercalados de espécies nativas e econômicas, adubação verde, poda de árvores para a infiltração de luz solar e fertilização do solo, além de visualizar diferentes sistemas de irrigação.
A primeira parada da visita técnica aconteceu na propriedade do agricultor agroecológico Luiz Almeida e da esposa Dalva, contemplados pelo projeto Conexão Mata Atlântica. O grupo foi ver de perto como funciona a hortafloresta implementada pelo casal há quatro anos e de onde já colhem produtos para merenda escolar e cestas de produtos agrícolas. “Os benefícios dos sistemas de produção que não utilizam agrotóxicos vão muito além do negócio em si. Estar trabalhando assim, no campo e produzindo comida saudável, além de ajudar a recuperar o ambiente e manter a água boa reflete e muito na nossa própria saúde”, disse Dalva.
De lá, o grupo seguiu para a propriedade do Joselmo Lourenço, que começou a desenvolver, há um ano, um consórcio agroflorestal, no qual integrou mamão, maracujá, pinha, caju e abóbora, além de espécies florestais e frutíferas nativas da Mata Atlântica. O sistema foi implementado em um topo de morro degradado e já têm impactado positivamente nas características do solo e na paisagem local.
A viagem foi encerrada com a visita à Unidade de Difusão e Capacitação em Sistema Silvipastoril no Centro de Treinamento da Emater-Rio (Centerj), em Italva, na qual também participaram produtores rurais da região Noroeste. A unidade de difusão foi implementada pelo Conexão Mata Atlântica, em parceria com a Emater Rio, como modelo demonstrativo para apresentar o conceito e vantagens do sistema, que integra árvores à pastagem.
Neste arranjo, foram introduzidas ao pasto linhas simples de espécies de árvores nativas e exóticas. O sistema aumenta a infiltração de água e fixação de nutrientes no solo, melhora a produção e previne a erosão. A viagem contou com o apoio financeiro do projeto Conexão Mata Atlântica e parceria da Emater-Rio, que viabilizou a hospedagem dos produtores rurais nas instalações do Centerj.
Segundo Gilberto, as ações de capacitação e difusão promovidas pela equipe técnica do projeto e seus parceiros também contribuíram para otimizar a execução das práticas e melhorar a aplicação dos recursos. “Além de integrar os produtores rurais, eles sempre saem muito estimulados com o conhecimento adquirido. No próximo ano vamos continuar dando foco para as capacitações”.
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