Produtores rurais contemplados pelo projeto Conexão Mata Atlântica no Rio de Janeiro se uniram para fortalecer a fruticultura e a cadeia de citrus, consorciados a sistemas agrosilvipastoris. Os beneficiários aplicaram recursos do pagamento por serviços ambientais (PSA) e participaram de uma compra coletiva de mais de 2.100 mil mudas de laranja, pokan e limao, para plantio em áreas de conversão produtiva contratadas pelo projeto nos municípios fluminense de Valença e Barra do Piraí. As mudas, entregues no início de dezembro, já estão sendo distribuídas aos produtores que participam da ação conjunta.
A compra coletiva para aquisição pelos produtores foi realizada com assistência técnica do projeto, em parceria com a EMATER-Rio. Os produtores tiveram apoio técnico para identificar fornecedores próximos às regiões de intervenção, reduzindo os custos com o transporte, além de garantir a variedade e boa qualidade das plantas, certificadas e livres de doenças.
No primeiro semestre deste ano, a cultura da banana também teve incentivos do projeto a partir da compra coletiva de mais de 1.600 mil mudas, adquiridas por 19 beneficiários do projeto e outros produtores da região do Médio Paraíba. A produção de banana é um ótimo negócio para quem pretende fornecer para a merenda escolar.
O café foi mais uma cultura agrícola incentivada este ano com a compra coletiva de mais de 1.200 mudas de café arábica (Catucaí Vermelho), adquiridas por produtores de Varre-sai e Porciúncula, no Noroeste fluminense, região com tradição cafeicultora. A variedade Catucaí se adapta bem às áreas serranas do estado e tem sido usada para a produção de cafés especiais, alguns premiados.
Segundo o coordenador executivo do projeto, Gilberto Pereira, a ação tem contribuído para a organização dos produtores, além da melhoria e fortalecimento das cadeias produtivas da fruticultura e do café. “As compras coletivas têm permitido um investimento em maior escala, incentivando a diversificação da produção alinhada a sistemas produtivos mais sustentáveis. Melhorando as áreas de produção é possível gerar mais renda, contribuir para a segurança alimentar das comunidades locais e fortalecer a agricultura do estado”.
Ao longo de 2021, as diversas compras coletivas realizadas pelos produtores com apoio dos técnicos do projeto e da EMATER-RIO totalizaram mais de 17.600 mudas entre nativas e econômicas usadas na implantação ou incremento de sistemas produtivos mais sustentáveis, como o silvipastoril e a agrofloresta – que integram árvores à pastagem e a culturas agrícolas.
Além das culturas agrícolas, foram adquiridas diversas espécies nativas como a garapa, só brasil, orelha de nego, pau formiga, ipê (de diferentes tipos), juçara, vinhático, bandarra (também conhecido como guapuruvu), ingá, pitanga, araçá, entre outras. Com a finalidade de exploração econômica da madeira, também foram adquiridas mudas de eucalipto, que estão sendo introduzidos pelos produtores em áreas de pastagem, o que chamamos de sistema silvipastoril.
Doação de mudas
Além da compra coletiva pelos produtores, o projeto realiza ao longo do ano a “Campanha de Fortalecimento do Meio Rural”, para doação de mudas de espécies nativas da mata atlântica, cedidas pela CEDAE e outros parceiros, como viveiros públicos e particulares.
Somente este ano, a partir da parceria com a CEDAE, foram doadas aproximadamente 10 mil mudas, disponibilizadas aos produtores beneficiados pelo projeto que estejam implementando ações de conversão produtiva (sistemas agroflorestais e silvipastoris).
Desde o início do projeto, em 2017, já são mais de 25 mil mudas doadas para agricultores e agricultoras do estado.
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