Além de contribuir para a manutenção dos fragmentos florestais da Mata Atlântica e a conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos, o projeto Conexão Mata Atlântica tem impulsionado o desenvolvimento rural nas áreas em que atua no estado do Rio de Janeiro. A partir dos investimentos realizados pelos produtores beneficiados com recursos de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) – instrumento financeiro que reconhece e recompensa ações ambientais adotadas por agricultores –, estão sendo criadas oportunidades para geração de renda e melhoria da qualidade de vida no campo.
Por meio do Salto Tecnológico, diretriz que vincula a aplicação dos recursos de PSA à melhoria da condição geral (ambiental ou produtiva) das propriedades e dos negócios rurais, os produtores rurais reconhecidos como prestadores de serviços ambientais estão investindo nas mais diversas ações, que vão desde a adoção de inovações como a implantação de sistemas de geração de energia solar, saneamento rural ou implantação de práticas produtivas inovadoras, assim como na melhoria das atividades produtivas quando realizam construção ou reformas de estruturas rurais (currais, ranchos, terreiros para secagem de café, locais de armazenamento, etc), compra de insumos, aquisição ou reforma de equipamentos e maquinário agrícola, entre outros.
Segundo levantamento realizado pelo projeto, o maior número de projetos de investimentos para aplicação dos recursos de PSA realizado pelos produtores nos dois ciclos anuais de PSA do Edital 02/2018 – contemplou a implantação e manutenção de atividades produtivas (155 projetos). Enquadram-se nesta categoria investimentos na diversificação da produção, reforma ou melhoria de áreas ou processos de produção agropecuária, bem como aquisição de mudas econômicas para produção.
Em segundo lugar, com 86 projetos, a infraestrutura rural foi a categoria que mais recebeu projetos de investimentos, englobando a manutenção, reforma e construção de edificações, obras civis e cercamentos para melhorias nas propriedades. A aquisição de equipamentos e implementos agrícolas também foi um dos principais tipos de investimentos realizados a partir do Salto Tecnológico, com 82 projetos.
Entretanto, outros diversos tipos de melhorias foram realizadas pelos produtores, entre elas ações de manejo e conservação do solo (35 projetos), sistemas de irrigação (30 projetos), geração de energia (16 projetos), conservação e restauração (11 projetos), implantação e manejo de sistemas agrosilvipastoris (3 projetos), turismo rural (3 projetos) e outros (11 projetos).
“A variedade de investimentos realizados revela algumas das principais demandas dos produtores rurais, que necessitam de assistência e apoio para impulsionar os negócios rurais. Condicionar a aplicação dos recursos de pagamentos por serviços ambientais para que essas melhorias sejam feitas, mostra que produção e meio ambiente podem caminhar juntos, acelerando o desenvolvimento rural de forma sustentável, além de poder proporcionar melhor qualidade de vida às famílias no meio rural”, afirma Marie Ikemoto, coordenadora do projeto.
A categorização dos tipos de investimentos por projeto foi realizada com base em dados do Plano de Ação proposto e executado pelos produtores nos dois ciclos de PSA do Edital 02/2018.
Para cada ciclo de PSA, o produtor rural selecionado executa o plano de ações proposto por ele (com orientação técnica oferecida pelo projeto) e, antes de serem recompensadas, são verificadas quanto à correta execução. Após liberado, o recurso é investido no projeto de Salto Tecnológico (também proposto pelo produtor). O ciclo se encerra após a aprovação da prestação de contas apresentada pelos produtores.
A análise não considerou os tipos de investimentos realizados a partir dos projetos coletivos, que visam potencializar a aplicação dos recursos em melhorias coletivas.
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