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Foto do escritorConexão Mata Atlântica RJ

Sistema Silvipastoril no Centerj em Italva recebe primeira visita para difusão e capacitação


Unidade de Difusão e Capacitação em Sistema Silvipastoril no Centerj, em Italva - RJ. (Foto: João Batista)

Alunos do Colégio Agrícola de Itaperuna participaram, no dia 11 de setembro, de visita técnica à Unidade de Difusão e Capacitação em Sistema Silvipastoril, integração de pastagem e árvores, no Centro de Treinamento da Emater-Rio (Centerj), em Italva. O modelo demonstrativo, implementado pelo projeto Conexão Mata Atlântica em parceria com a Emater Rio, ocupa uma área de aproximadamente um hectare e apresenta um arranjo de pastagem com árvores de espécies nativas, madeireiras e frutífera, com foco na pecuária familiar típica da região.


Além dos conceitos básicos e técnicas de implantação do sistema, que é incentivado pelo projeto especialmente para áreas degradadas ou de baixa produtividade, os alunos tiveram a oportunidade de saber sobre a capacidade de rendimento e viabilidade econômica da prática. “A diversidade das espécies utilizadas no sistema, assim como o uso de capim braquiária adequado, são alguns pontos importantes que podem influenciar uma rápida recuperação e o potencial de infiltração de água no solo”, explica o engenheiro agrônomo e supervisor executivo do projeto, Antônio Cardoso.


No modelo, além da recuperação do solo para retenção de maior volume de água e melhoria da pastagem, foram implantadas em linhas simples espécies arbóreas nativas e exóticas como o pau-ferro, pau-rei, sibipiruna, jatobá, jacarandá, genipapo e eucalipto, que pode significar um complemento na renda do produtor a partir da extração legalizada de madeira e frutas. No entanto, é possível fazer outros arranjos a partir da inclusão de outras espécies de árvores ou do aumento do número de linhas, diversificando a produção potencializando a agregação de renda.


Segundo Cardoso, o sistema começou a ser implementado com o plantio das mudas no final do ano passado e após a conclusão do isolamento da área com cerca elétrica, em junho deste ano, a área já foi liberada para pastejo de um pequeno rebanho com cerca de 10cabeças de gado pelo período de um mês. “Após esse primeiro pastejo, o gado foi retirado e a área entrou na fase do pousio para recuperação do capim. Após as chuvas concentradas de novembro a janeiro, em fevereiro o gado volta novamente, desta vez com um período maior de tempo”.


UDC no Centerj com inserção de gado na pastagem. (Foto: João Batista)

A Unidade de Difusão e Capacitação foi criada como um espaço para demonstrar, na prática, como o sistema funciona e sua viabilidade. “Esperamos receber aqui muitos produtores rurais, estudantes e técnicos que atuam na área rural para compartilharmos os benefícios econômicos e ambientais da prática, que pode ser uma boa oportunidade de negócio para os pecuaristas da região. Ter um bom pasto, arborizado, e que ainda ajude na provisão de água da propriedade é uma excelente oportunidade para melhorar a produção e a qualidade de vida na área rural. Estamos difundindo o sistema para que muitos produtores possam implementar aproveitando nossos incentivos”, afirma o coordenador executivo do projeto no Rio, Gilberto Pereira, que também acompanhou a atividade.


Os alunos também participaram da visita à propriedade do produtor rural Luiz Almeida Carvalho, um dos contemplados pelo projeto Conexão Mata Atlântica, para ver de perto como funciona um Sistema Agroflorestal (SAF) e sua viabilidade econômica. O produtor e a esposa, Dalva da Silva, desenvolvem há quatro anos uma hortafloresta em uma pequena área de cerca de um hectare. “Os benefícios dos sistemas de produção que não utilizam agrotóxicos vão muito além do negócio em si. Estar trabalhando assim, no campo e produzindo comida saudável, além de ajudar a recuperar o ambiente e manter a água boa reflete e muito na nossa própria saúde”, disse Dalva ao grupo de estudantes.


Cerca de 25 pessoas, entre alunos, técnicos do projeto e do CENTERJ, participaram da atividade, coordenada pela Unidade Executora Local do projeto em Italva. A partir de outubro, o projeto iniciará visitas para difusão e capacitação de proprietários rurais e técnicos nos municípios contemplados pelo Conexão Matam Atlântica no estado.


Produtores locais interessados em implementar o sistema poderão participar do próximo edital previsto para ser lançado em breve e que incentivará a recuperação de pastagem. “Esperamos que mais de 100 hectares de pastagens degradadas ou de baixa produtividade possam ser recuperadas e convertidas em sistemas silvipastoris ou agroflorestais com incentivos do projeto neste segundo edital. Fica o convite aos proprietários rurais interessados que procurem os técnicos nos escritórios locais do projeto e se informem a respeito das próximas visitas e dos incentivos que virão”, afirma Gilberto Pereira.

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