Equipes do Conexão Mata Atlântica do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, estados de abrangência do projeto, e representantes do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC), componente responsável pelo monitoramento dos impactos ambientais da inciativa, se reuniram no dias 30 e 31 de janeiro, na sede do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), no Rio de Janeiro, para workshop sobre os mecanismos de monitoramento e avaliação de serviços ecossistêmicos.
A ideia era apresentar diferentes metodologias e abordagens para levantar informações sobre os bens e serviços obtidos pelos ecossistemas, além de formas de explorar o potencial e as limitações de aplicação desse conhecimento.
A iniciativa contou com o apoio e participação de especialistas em indicadores de biodiversidade, água, solo e carbono de instituições de pesquisa, como USP (Universidade de São Paulo), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade do Estado de Colorado (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE), e de técnicos do Inea, Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC), Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF), Secretaria de Meio ambiente do Estado de São Paulo (SMA) e Instituto Florestal de São Paulo (IF).
Valoração e mapeamento
Técnicos do Inea e demais instituições parceiras do projeto Conexão Mata Atlântica também participaram, entre os dias 17 e 21 de dezembro, de capacitação com foco no uso da ferramenta InVEST (Integrated Valuation of Ecosystem Services and Tradeoffs), software que trabalha com modelos para valorar e mapear a provisão de serviços ecossistêmicos relacionados aos recursos hídricos, ao carbono e à polinização.
O curso abordou a calibração, validação e aplicação do modelo InVEST para estimar os benefícios aos serviços ecossistêmicos, em termos de redução do aporte de sedimentos, incremento no provimento de água e serviços da polinização na bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, em diferentes cenários de manejo do solo e condições climáticas. "Esse tipo de avaliação é importante pois possibilita a discussão sobre a necessidade de investimento para a provisão de serviços ambientais que sustentam as atividades produtivas do estado”, afirma Mariana Beuclair, analista ambiental do Inea, que também participou da capacitação.
Benefícios ambientais e socioeconômicos
A valoração dos serviços ambientais e dos impactos socioeconômicos gerados pelas ações de conservação e restauração pode ser uma poderosa ferramenta para conscientização do poder público e da sociedade civil sobre a relevância de se reconhecer e incentivar a prestação de serviços ambientais.
Em estudo recentemente apresentado pelas ONGs WRI e TNC, em parceria com o Inea, ficou clara a relação positiva de um investimento recuperação na bacia do rio Guandu. "O custo benefício, em relação a diminuição de sedimentos, conservação de recursos hídricos e fixação de CO2 é muito positivo e quando associado aos benefícios sociais correlatos tem grande potencial para a sustentabilidade do estado", afirma Gilberto Pereira, coordenador executivo do projeto no Rio.
"Em um mecanismo de incentivo como o do projeto Conexão Mata Atlântica os benefícios podem ser ainda maiores. Esperamos que o setor produtivo também possa participar desta nova maneira de viabilizar a sustentabilidade. PSA certamente é o melhor mecanismo e o que queremos são mais parcerias para testar e implementar tudo isso. Estamos em busca de empresas e organizações que tenham interesse em unir esforços para ampliar as ações e garantir a sustentabilidade do projeto", ressalta Gilberto.
Com informações da Ascom Inea
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